quarta-feira, 22 de abril de 2015

Soma de metades

I got myself saying, maybe too much, lately just sometimes love is just not enough. Different plans, different points of view or different times in your lives can make a relationship really hard and full of hurt and non said words.
But shouldn't love be enough? Shouldn't love make everything possible in any situation? Shouldn't love make you change your plans, or adapt yourself to the other (even if that sound crazy, specially coming from me). Shouldn't love make the time encounter at the space-time line and make everything work together?
When you look from outside, the situations are usually black or white, but inside of the huge grey area that relationships are, things can get a lot more complicated than what we've planned for ourselves.
Maybe if whatever you're feeling doesn't make you want to move mountains to see the relationship growing and find your own path, it's not love at all. It's about mutual self giving and donating for the good of the relation. But it evolves loss of time, patience and wonder, a lot of wonder of how things can or could be if you simply wouldn't have changed your path because of other human being full of doubts just like you.
People say that we are never 100% sure of what to do, or what way to follows, but love makes you think that things will be ok, even if everything goes wrong, if you are side by side with the one. 
But how to know if your doubt is acceptable to the love standards? How to know if your doubt is forgivable and it doesn't cancels all you feel for the other? 
My grey area tells me that risks must be taken in every aspect of your life, and love is definitely not out of if.
Love is enough, the real and all-hearted kind, but the only thing in sure is that 100% of the times, not-love is never enough.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sobre necessidade.

Eu tenho 22 anos de idade. Eu não sei nada da vida. Eu não sei muito de mim também.  Eu não consigo imaginar saber tudo de outra pessoa. Amar outra pessoa. E amar mais que a mim mesma.  Eu acho o amor, puro e verdadeiro, um dom na vida de alguém. Algo que nada nem ninguém possa fazer igual. O jeito que cada um ama é tão pessoal que, se decifrado, decifraria também o dono daquele coração. Amar alguém que está fora do meu mundo, fora de mim. Amar outro mundo, cheio de defeitos, capaz de te magoar tão fácil como mata uma formiga. Eu espero sinceramente poder sentir esse sentimento um dia e dizer a alguém que eu o amo mais que a mim mesma, porque, se não estamos aqui para nos entregarmos ao mundo, para quê então? Mas, com grandes pedidos, vêm também grandes dúvidas e medo. Medo de ser destruída, medo de não saber como reagir, medo de desabar. Mas é aí que está a magnitude da vida: a mesma coisa que te constrói, pode te destruir. Viver já é se entregar, e nós não temos escolha. Como no amor. Ninguém escolhe se apaixonar, e as consequências te acertam como um tapa na cara e você não pode fazer nada além de reagir e correr o risco de levar outro tapa. Tenho medo mas desejo tanto, tanto... Talvez o amor seja para os prontos, para os merecedores e de coração puro. Exercício diário, se apaixonar por tudo e todos a cada novo dia que nasce.  

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Forward.

makemestfu:

EVERYTHING RELATE


Sabe aquela sensação de “eu estou pronto, futuro: bring it on”?
Provavelmente você não está pronto.
Eu me sinto extremamente culpada por  me sentir assim, tendo tanto à minha volta e depois de ter gritado para o mundo inteiro que viva o momento. Eu tento, ao máximo, viver o momento, de verdade. Mas nesse exato espaço do meu tempo, eu só consigo pensar no futuro e em todas as maravilhas que ele guarda pra mim.
Claro que, junto com tudo isso, vem o medo também. Medo de criar expectativa demais, medo de errar, medo de chegar lá e me deparar com a frase “e agora?”. Mas aí eu lembro que uma vez me disseram que se seus sonhos não te deixam com medo, eles não são sonhos, e sim especulações.
Quando a gente realmente para pra fazer as contas e ver o que vai dar e o que não vai dar, e começa desde já a abrir mão dos planos com prazo de 6 meses para que esse, que tem prazo pra dois ou três anos, dê pé. Aí sim bate o medo e ao mesmo tempo a vontade de que tudo dê certo.
Daí tudo começa a passar pela nossa cabeça de maneira muito mais clara. As pessoas que você vai encontrar, os móveis da sua futura casa, que cor vai ficar a parede e até mesmo que caminho você vai fazer para chegar até “aquele” emprego que te faz largar a segurança para se aventurar na incerteza.
Provavelmente você nunca estará pronto, nem no seu  50° dia de trabalho “naquela” empresa. A incerteza sempre estará conosco, impossível fugir dela. A única coisa que podemos fazer é confiar, fazer de tudo para que esses planos deem certo, suar a camisa e, acima de tudo, não desistir.

Se não der certo, você muda seus planos de novo. A vida é feita disso, não é mesmo?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Osso deslocado.

        Viver tem dessas coisas. Essas coisas de se arrumar, se maquiar, colocar aquele salto e mesmo assim se sentir tão sem graça quanto se tivesse de pijamas e cabelo preso. Dessas coisas de ouvir a música que toca e não entender bulhufas do que o cantor quer dizer quando fala “some kind of madness”. Tem dessas coisas de parar para analisar as pessoas no meio daquele vazio tão lotado, e aí você se pergunta quais seriam as expectativas de cada uma dessas pessoas ao se direcionarem para a mesma festa.
        Qual o sentido de se vender desse jeito? Qual o sentido de se sentir tão linda, mas para outro alguém? Me ame ou me deixe. Me ame de pijama ou eu te deixo mesmo estando toda arrumada.
        A gente faz cada coisa sem sentido. Pena que só percebemos no meio do caminho, daí pra voltar atrás, sempre tem um preço. As vezes esse preço é dez reais, as vezes é uma vida, e as vezes é impagável. O de hoje foi dez reais.
        A vida tem cada coisa, né? É. E o bom dela é que a gente sempre aprende alguma coisa. Nem que seja a idéia de que nada disso faz sentido. 




terça-feira, 13 de agosto de 2013

Para reiniciar.



          Me perdi no meio daquelas ruas. Todas iguais pra mim. Mas o mais engraçado é que eu não ligava. Naquele momento, estar perdida era exatamente onde eu queria estar. Se eu não sei onde me encontrar, estar perdida é só “não estar encontrada”. Quem sabe?
          E a sensação de que ninguém, exatamente ninguém nos 1.200Km ao meu redor tem algo a ver com a minha vida é libertadora. Agora eu entendo porque, depois de tudo, ele me mandou ir viajar.
          Ser anônimo em um lugar que tem gente com família, amigos, irmãos, inimigos e amores. Que coisa mais doida, não? Pra alguém que nasceu e viveu em cidade pequena, onde não podia sair de casa que já tinha a sensação de estarem falando de você, viajar para tão distante assim é mais libertador ainda.
          Mais ainda é saber que eu posso ser quem eu quiser. Pena que acabo sempre sendo eu mesma. Pena não, orgulho. Alma incorruptível. Ou quem sabe, a proposta certa ainda não foi feita.
          Só sei que nada sei a respeito dessas ruas, dessas calçadas, dessas crianças e desses costumes. Mas uma coisa eu sei. O ser humano se adapta a tudo. E quando essa liberdade toda ficar pequena demais pra mim, parto novamente. Daqui pra que eu me canse de cada centímetro desse mundão de meu Deus, já poderei ir à Marte. Quem sabe?

domingo, 19 de maio de 2013

O amor é lerdo.


Vim aqui para desmentir toda essa história de amor. No sentido de que não existe essa de “acabei de te conhecer e estou apaixonado”. A gente conhece alguém, permite esse alguém entrar na tua vida, passa a vê-lo cada vez mais e, quando você menos percebe, você está apaixonado.
Não é algo repentino, não é algo que te dá um susto e você tem vontade de sair correndo quando descobre. O amor, quando chega, parece um ladrão na calada da noite. Ele vem sorrateiro, calado, como quem não  quer nada. Daí, quando você acorda e vê que a primeira pessoa que você lembra naquele dia é aquele alguém, é junto daquele sorriso que vem a percepção de amor.
Ou, depois de dois anos, e você se questiona: onde aquele alguém está agora?
O amor pode ser retardado, infelizmente.
Mas lembre-se:o amor vem junto daquele sorriso no canto do rosto sem motivo aparente.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bateu Saudade.


            Me bateu uma vontade louca. Vontade de bater na tua porta. De falar com todo mundo e ir direto pro teu quarto. Fechar a porta, ligar o som, deitar na tua cama, ligar o ar-condicionado e conversar contigo até dormir. Simplesmente conversar sobre tudo que a gente perdeu um do outro até hoje. De como estão os problemas com tua tia, se encontraram teu cachorro perdido, se tua irmã melhorou da doença, e se sua ex-namorada se arrependeu do erro que cometeu e voltou pra ti.
            Vontade de mexer no teu cabelo, fazer cachinhos com os dedos, e contar os sinais das tuas costas. Abrir as gavetas e futricar tudo que tem lá. Você sabe da minha mania de futricar nas coisas dos outros. Descobrir a chave da gaveta trancada enquanto tu vai tomar banho. E fingir que sei de nada.
            Mexer na tua geladeira e ver que, como sempre, só restam azeitonas. Fazer a feira contigo, comprar refrigerante light pra ver se você perde essas “bainhas”. Bagunçar tua cama toda, indo de um lado pro outro pra te acompanhar enquanto você arruma o quarto.
            Por que o tempo foi tão bruto com a gente, né? Afastar assim dois corações que tinham tudo para serem bons amigos. A gente se confundiu tanto, um ao outro e até a si mesmo.
            Eu gosto dessa intimidade que a gente tem. Intimidade de amigo-irmão que mesmo depois de tanto tempo, faz com que sintamos que nada mudou. Te abraçar sem maldade, só com todo o meu amor, e uma tentativa frustrada de te proteger das dores do mundo. Meu amor, meu amigo, meu neném. Meu irmão.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Essa merda toda.



           “A vida é como...” a vida é como nada, meu amigo. A vida é a vida e por si só já basta. As regras são claras, e você não precisa de Caio Fernando Abreu ou Veríssimo nenhum pra te fazer entender que cada minuto nessa viagem aqui é raro. Raríssimo, para falar melhor.
            Nunca vi ser pra complicar tanto a vida como o ser humano. Pra quê ficar fazendo jogo de “quero mas não posso”, ou “vou esperar ele/ela adivinhar o que eu quero”. Foda-se! Se o mundo não tivesse tanta gente fingindo ser o que não é pra ter o que deseja, haveriam 99% menos problemas, sociais, políticos, econômicos e até naturais.
            O mundo está aí, te dando mais de sete bilhões de pessoas para você se apaixonar, desapaixonar ou encontrar o melhor amigo de toda a sua vida. Você tem sete, nada mais e nada menos que SETE continentes para explorar. Ta fazendo o que aí, meu amigo? Algo ou alguém te deu mais de 200 países para você conhecer, e você aí complicando a vida porque a unha quebrou, ou a sua namorada terminou com você.
                                                   MELHORE, MEU AMIGO.  
            A nossa tarefa, enquanto tentamos ser humanos, é descomplicar a nossa própria vida, então, raciocinando praticamente: para quê cacetadas você vai agir de uma maneira que te faz ficar com mais titica de galinha na cabeça?
            O negócio é que a vida é curta e o mundo é grande. (Mais) Duas paixões incompatíveis. O que você vai fazer para solucionar esse problema? O que você quer fazer para descomplicar sua vida e fazer uma das seletíssimas pessoas que lhe interessam estar viva nesse mundo (RESPOSTA: você mesmo), feliz? Eu te dou a resposta: ame. Ame com todo seu coração, e ele sempre saberá o que fazer. Não é tão complicado o quanto parece, e a recompensa é no mínimo, gratificante. Faça o que sua vontade manda, divirta-se enquanto tem esse playground gigantesco para brincar.
A-pro-vei-te.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Eu já sabia.




- Que raiva..
- Fique com raiva não, vale a pena não...
- Sentimento é que nem bala perdida, não dá pra controlar.
- Dá, dá. Isso aí é papo de gente que gosta de sofrer. Masoquista sentimentalmente.
- Pior que é. Sofrer é bom, porque dá aquele momento de quietude, do “não há mais nada o que fazer a não ser esperar a dor passar.”
- ...E é aí que as pessoas se enganam. A gente sempre pode fazer algo. Ainda mais se for por nós mesmos.
- Taí. A única hora em que o ser humano deixa de ser egocêntrico.
- Deixam de fazer algo pela única pessoa que têm total controlhe.
- Pff. Se tem algo o qual não temos controlhe, é sobre nós mesmos.
- Lá vem você de novo. Saia dessa.
- Vem me tirar. Abraça e diz que passou.
- Isso eu não posso fazer. Não tenho braços, não tenho pernas, não tenho alma, não tenho cérebro e nem pele pra te esquentar.
- Isso é verdade. Você é de mentira.
- Aí é que você se engana. De novo. Sou mais real do que essa sua amargura aí.
- É, não é? Acho que você é a única coisa de verdade em mim.
- Consciência é a única coisa viva. Só que vocês insistem em me passar pelos seus filtros sociais e sentimentais, e acaba que o mundo vê só um rastrinho meu.
- Não há nada que se possa fazer.
- Isso, curte tua dor. Chora, esperneia, sai correndo sem rumo, faz um monte de merda e volta pra mim. Só eu que te acolho, só eu que te faço pensar nas besteiras que você faz.
- Eu te odeio.
- Odeia, odeia tanto que acaba se apaixonando.
- Deus me livre! Se eu me apaixonasse por você, aí sim seria uma pessoa masoquista sentimentalmente.
- Vai sonhando, vai. A minha prepotência me faz pensar exatamente o contrário.
- Não me permito, nem se preocupe.
- É, e está certa. Eu não te deixo permitir. E a ti, só resta me obedecer.
- Sonha.

sábado, 30 de junho de 2012

O que há de melhor na simplicidade.


Nem dez por cento das mulheres são como vemos nas propagandas de tv, novelas, ou filmes. O ser humano está tão entrelaçado na diferença, que esqueceu de apreciar a simplicidade. Aquela garota que nem sempre tem uma foto naquele lugar onde poucos vão, com aquela roupa que deixa ela ficar “mulherão”, e com as companhias ditas “certas”, com certeza tem a sua beleza única, e que vai deixar o cara certo de queixo caído, principalmente quando ela estiver sem maquiagem nenhuma, coberta unicamente por um pedaço de pano: o lençol da cama dele.
Apreciar o que há de bonito na simplicidade é a forma mais pura de ver a beleza, como todos falam, em cada detalhe do seu dia. Aquela mecha caída no rosto, escondendo o sorriso bobo, as piadas tentando disfarçar o nervosismo e a vontade de agradar a qualquer custo, ou quando ela olha para você no seu momento de distração, só para tentar gravar seu rosto, tentando não esquecer detalhe nenhum.
            Esse tipo de beleza, que tempo nenhum vai tirar, que idade nenhuma vai fazer ir embora. O tipo de admiração que tem como durar, e faz bem a quem olha e a quem é admirado. A simplicidade, por incrível que pareça, está nas coisas sim-ples. Pode parecer estranho e redundante o que eu acabei de dizer, mas parece que tem gente que não entende muito bem o significado dessa palavra.
Não sou digna de julgar ninguém, mas sinto que as coisas mais importantes vêm sendo deixadas de lado. Então brindemos. Brindemos àquela brisa que vem na hora certa, ou aquele perfume que você encontra no seu cobertor, mesmo depois de pensar que tinha esquecido dele. Daquela nota fiscal que te faz lembrar de como aquela noite andando na rua sem rumo foi boa.
            Guarde tudo. Na memória, no coração, na carteira, no bolso, na alma. Dê valor ao que realmente importa para sua vida, e não para o momento ou as circunstâncias, porque se não, no fim do dia a gente se sente como quem me inspirou este texto disse: “Sem sal, sem tempero e sem sucesso”. 

sábado, 23 de junho de 2012

Tic Tac


Chega uma hora em que a gente cansa de esperar que a vida nos surpreenda. Temos que levantar a bunda da cadeira e surpreender a vida. Tudo bem que às vezes, as circunstâncias não ajudam, e faz com que queiramos continuar esperando, mas o negócio é driblar esse empuxo enorme que nos faz querer continuar na cama, levantar, sacodir as migalhas, vestir AQUELA roupa que te faz sentir a mulher mais poderosa desse mundo, e ir atrás do que realmente importa.
Esperar nunca foi meu forte. Se eu puder escolher entre esperar uma hora para que façam algo pra mim, ou poder ir na hora fazer, eu prefiro usar minhas próprias mãos. O tempo não espera por mim, então por que bulhufas eu tenho que esperar por alguma coisa nesse mundo?
Impaciente. Definitivamente impaciente. Defeito enorme que (eu juro) tento mudar a tanto tempo e por tantas vezes que já perdi as contas. Mas olha, em 100% das vezes em que eu pude ir atrás das coisas que eu quis, posso dizer com um sorriso “daqui até aqui”, que em 70% delas, eu consegui. E os outros 30%? Bom, aprendi lições valiosíssimas, e continuo aprendendo todo dia um pouco mais com cada uma delas, aplicadas de formas diferentes em meus dias.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mais amor, por favor.


Não consigo entender por que as pessoas hoje em dia se preocupam tanto em odiar, e não mais em amar. Parece até que definir as diferenças ruins entre grupos é realmente a nossa intenção ao estar no mundo.
Os bons sentimentos estão sendo deixados de lado, e qualquer olhar torto ou meias palavras se tornam motivos para inimizades, e pré-conceitos, os tão conhecidos.
O problema é que o ser humano, na sua magnitude (ou não) e egoísmo, vendo todos olhando para si mesmo, resolve seguir o exemplo, e tudo isso vira uma bola de neve.
Qualquer criança percebe que a cortesia de deixar alguém passar na sua frente no trânsito é melhor que correr o risco de bater o carro, que dar o lugar para o idoso é melhor do que saber que alguém que já andou tanto por esse mundão, ainda está se cansando por sua causa. Qualquer ser vivo sabe que ajudar não requer recompensa, e a felicidade do outro já é o bastante para ajudar novamente.
Não se trata de ser idiota, ou trouxa, ou careta, mas sim de ser humano. Se nós nos tornamos tão egoístas por ver os exemplos ao nosso redor, a solução é dar mais exemplos de boas atitudes, e assim a situação se reverterá.
Chega um momento em que percebemos como somos pequenos. Não temos essa noção porque o mundo só nos incentiva a olhar para nosso próprio umbigo, mas ao reerguer a cabeça, e olhando ao redor, vê-se que esse tamanho todo que temos aqui, não é nada se visto mais de cima.
A vida é tão curta para tanto ódio, o mundo é tão grande e tão bonito, nos esperando para ajudar ao próximo sem querer saber o que ele é, ou o que vamos ganhar com isso. Nós somos tão minúsculos, mas se nos unirmos por um bom motivo (e por que não a vivência do amor?), ficaremos gigantes, e essa força é o que nos fará crescer ainda mais.

domingo, 27 de maio de 2012

Aperte os cintos.


Eu sei trocar um pneu. Sei trocar uma lâmpada. Sei pendurar um quadro na parede. E eu sei (embora deteste) matar uma barata. Não gosto nem um pouco da idéia de que os homens de hoje em dia tenham “medo” de mulheres seguras de si.
Tenho inseguranças, claro, já que sou um ser humano cheio de defeitos. Mas do mesmo jeito que me sinto segura de mim mesma, adoraria saber que meu parceiro também é seguro de si. É bom demais saber que meu amor, embora possa viver sem mim, escolha viver comigo. E saber que ao invés de desejar morrer por amor, ou pela falta dele, eu decida viver dele.
             Segurança é independência na hora certa, e dependência requisitada. Quem gosta de gente dependente demais tem algum parafuso solto. Quem não gosta de saber que é o motivo de alguém sorrir ao acordar? Mas quem gosta de saber que a falta de um sorriso pode ser o fim do mundo de alguém? Tudo demais sobra, e tudo que sobra é resto. Não quero restos na minha vida, quem dirá no meu coração.
            Não sou sempre tão decidida, me acho até uma das pessoas mais indecisas que conheço. Mas é bom ter certezas nessa vida, e tenho certeza que me amo, como tenho certeza de poucas coisas nessa vida. Já me chamaram de narcisista, mas sempre sofro mais pela dor alheia do que pela minha. A minha dor sempre passa, mas cabeça do outro é mundo que ninguém enxerga.
            Amar é querer bem, mesmo que estar bem para o ser amado, seja longe de você. E se você se quiser por perto, os outros chegarão mais. Lei da vida: a gente atrai o que transmite.

sábado, 19 de maio de 2012

Menos uma manhã.


Fiz da sua camisa meu cobertor, meu roupão e minha toalha. Estar na sua casa me faz entrar em mundo tão seu que não arrisco te acordar para pedir uma toalha. Já é minha segunda pele. Com teu cheiro, então, pra quê melhor?
Abri os olhos, mas só por obrigação, porque a vontade era a de ficar ali o dia inteiro. Quando tentei me espreguiçar, ainda na mesma posição, por costume de dormir e acordar sozinha todo dia, percebi que você me fazia de ursinho de pelúcia, agarrado em mim e cheirando meus cabelos com aquela cara tão feliz que dava pena de se mexer.

- Acorda, amor, já são nove horas.
- Huummmmm...

E me puxou, só que dessa vez fiz do teu ombro meu travesseiro, tão macio e com aquele cheiro de roupa limpa. Beijo no pescoço para acordar, já que eu sabia melhor que ninguém, que aquilo te fazia arrepiar, e acordar de qualquer sonho maravilhoso que tivesse. Além do que, a realidade comigo é bem melhor do que um sonho aleatório seja-lá-com-quem.
No pulo que deu, até eu me assustei.

- Bom demais acordar arrepiado. Nem a Jolie no meu sonho consegue isso. Parabéns, amor.
- Essa Jolie aí não chega nem aos meus pés, que eu sei.
- Ainda bem que sabe.

Ao me levantar, fui surpreendida mais uma vez contigo me puxando pra trás, e fez o encaixe perfeito do meu tronco no teu peito, onde só restava a sua vez de me arrepiar com um beijo no pescoço.
Tuas pernas fizeram um nó, como se não quisesse deixar nem o ar fugir daquela cama. E quem disse que eu queria sair? Eram nove horas, mas e daí? Que se tornassem dez, onze, vinte e quatro. Melhor ainda, mais tempo contigo.

domingo, 13 de maio de 2012

Wish List

Eu te desejo força, para viver todo dia como se ainda tivesse 20 anos de idade, antes de tudo isso entrar na sua vida.
Desejo coragem para tomar as decisões corretas, sem medo dos “e se” que te assombram todo dia.
Força de vontade para colocar em prática todos esses planos mirabolantes e maravilhosos que você fez mas acha que nunca vai poder colocar em prática.
Fé, para ter certeza que um dia isso tudo vai passar, a dor vai cessar e você vai se surpreender consigo mesma.
Desejo a você o dom da palavra para falar a ele tudo que o você já me disse, mas da maneira correta.
Desejo todo o amor do mundo para descontar tantos anos de solidão acompanhada com o som no volume máximo, abafando as frustrações.
E acima de tudo, não como um desejo para você, mas para mim, desejo te ter na minha vida para todo o sempre.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Despedida.


O som do despertador tomou conta do quarto inteiro como uma explosão em seus ouvidos. Acordou desnorteado e se percebeu esticado na cama, onde ela deveria estar. Passou a mão pelos lençóis como se fosse encontra-la pelas dobras do cobertor, mas só conseguiu encontrar o cordão da moça, o qual deveria ter deixado cair na noite passada.
            Levantou como se sentisse o peso de uma tonelada sob seu peito, esfregou os olhos tentando se acostumar como clarão das nove horas da manhã, colocou os óculos, e pisou no chão gelado. Olhou para um lado, o relógio apontada 9:00AM, olhou para o outro, a gaveta dela na cômoda dele estava aberta.
            Andou até o banheiro, estranhando a própria imagem no espelho. Lavou o rosto, imaginando onde ela deveria estar. Será que era aniversário de namoro e ela estava fazendo seu café da manhã? Mas ele não comprou presente algum para ela. Torceu com todas as suas forças para que não fosse o aniversário de namoro. Será que ela foi chamada com urgência no trabalho e teve que sair correndo? Mas hoje é domingo, impossível. Sabia que a sua profissão era quase escravidão, mas não podia chegar a tanto.
            A toalha dela ainda estava molhada, estendida na parede do banheiro, e sentiu ainda fresco o cheiro do seu hidratante cítrico e floral. Sorriu sem querer e teve a certeza de que em minutos, ia poder sentir esse cheiro na pele dela.
            Foi até a sala, ninguém lá. Só o Pug que estava dormindo no sofá, descansando como geralmente fazia ao voltar do passeio. Pelo visto ela acordou cedo, pois deu até a volta matinal com o cachorro.
            Seguiu o cheiro maravilhoso de um dos seus quitutes preferidos, que a mãe fazia para ele nos dias especiais, como aniversário ou o dia depois de ganhar a estrela na prova. E lá estava, a mesa posta, com pão de queijo quentinho, geléia de morango, suco de acerola e leite na leiteira.
            Sentiu-se como um rei, mas se sentou como um mendigo, estranhando tudo aquilo. Mas onde estaria sua rainha? Ao lado das torradas, um bilhete. “Uma surpresa”, pensou.
            Passou a visão, ainda um pouco embaçada, pelo papel, e viu a chamada “Meu amor” escrita. Não resistiu e teve que ler antes de aproveitar o próprio banquete.

            “Meu amor.
Fiz esse café da manhã como um pedido de desculpas. Amo você mais que tudo nessa vida, e talvez esse seja meu maior erro. A dependência está acabando com a gente. Já não me vejo longe de ti, e isso me assusta. Meu maior medo é adoecer e morrer em um fim-de-semana em que você tenha viajado a trabalho. Não quero morrer de amor, mas sim viver dele. Quero um tempo para me conhecer, me re-conhecer sem você. Saboreie os pães de queijo com a idéia de que amanhã voltarei para fazer mais, do jeito que você gosta. Me deixa aprender a viver contigo, mas me dê o direito de aprender a viver sem ti. Me amo demais para morrer por outro ser humano, e isso você sabe melhor do que ninguém. Preciso aprender com o meu erro, que é te deixar, e aproveitar meu acerto, que será voltar aos seus braços como da primeira vez. Me deixa pular nua nessa água gelada, e me espera com um cobertor quentinho e tua pele para me aquecer. Sei que para mim, os dias vão passar como um zilhão de anos, mas em um piscar de olhos seremos um só outra vez.
Me perdoa, me odeia, me deixa, mas me leva contigo.

Só não esquece que de todas as maneiras que a vida nos guia, a melhor delas é o presente.

Amor teu."

quinta-feira, 26 de abril de 2012

What if?

Sei que já escrevi sobre isso umas mil vezes, mas o “quase” é o que me mata. Detesto a iminência, o vai-não-vai. Em muitos aspectos da minha vida, eu fiquei no “quase”. Na maioria das vezes, posso dizer. E o que me dá mais raiva é quando não depende de mim para que o “quase” se torne um fato.
Prefiro o sim ou o não ao talvez. Gente indecisa não é comigo. Pode até não estar na minha essência ser decidida, mas eu tento ao máximo. Faço lista de prós e contras, peço sinal ao divino, vejo nas cartas, sei lá. Só sei que se depender de mim, no “quase” eu não fico.
Detesto falhar, detesto me sentir imprestável e detesto aquela situação de “não há mais nada para fazer a não ser lamentar”. Mas se for para me sentir no meio do caminho de um trabalho bem feito, eu nem começo.
Todo mundo relaxa, todo mundo esquece de dar seu máximo às vezes. Também não curto me sentir como todo mundo, mas infelizmente, sou um ser humano e também falho. Só posso dizer que a minha vida inteira eu trabalhei para o sucesso, e não para o “quase”. Agora, se não foi/é o bastante, só vou saber depois que analisar todos os meus atos, colocar na balança e tirar uma conclusão disso tudo.
Se depender de mim, saio do “quase” e vou para o sucesso indiscutível, porque é para isso que eu estou aqui. Como um amigo meu sempre diz: "Se tiver de atirar, atire. Não fale."

domingo, 22 de abril de 2012

Dois mil em doze.


Quando se trata de gente, eu só acredito naquilo que posso tocar. Não fisicamente, mas daquilo que posso dizer ter provas concretas de que existe. Posso até levar a sério tudo o que me falarem, mas só terei a certeza de tudo quando ver as provas através das atitudes, principalmente.
Tenho esse pensamento porque sempre me alertaram sobre quão traiçoeiro é o ser humano. Traiçoeiro e inconstante. Para quê esperar levar uma queda para aprender que não devo passar por ali? Basta aprender com a queda dos que foram na frente. 
Confiar, para mim, é algo muito sério. Não digo isso por más experiências, nem nada do tipo. Digo isso porque quando confio em alguém a ponto de mostrar todos os meus "eus", é porque tenho certeza de que esse alguém não vai sair correndo com medo das minhas caras e bocas.
Tenho plena consciência de que não sou normal. Sou bem melhor que isso, para falar a verdade. Mas é preciso coragem para aceitar essa idéia sobre mim, sem chacoalhar um pouco. Se chacoalhar, e daí? Bom saber que saiu da minha vida alguém que não me aceita. Extremista? Talvez. 
Então, antes de dar um passo no escuro, é bom esticar as mãos e tentar perceber no tato o que vem pela frente, para saber se é seguro ou ainda há algum degrau no caminho.

domingo, 15 de abril de 2012

SE JOGA!


Eu sou muito sincera. Sincera até demais. É por isso que muitas vezes perco todo o charme, porque falo tudo que penso e me entrego rápido demais, psicologicamente falando. O problema é que eu detesto joguinho, em toda e qualquer relação que eu venha a ter, e muita gente só conhece esse jeito de se relacionar.
Mas o problema maior é quando eu sei o que dizer, mas não como dizer. Odeio despedida, sempre odiei. Sempre digo que “odiar” é uma palavra muito forte. E nesse caso, ela é perfeita para descrever o que sinto.
Eu odeio despedidas porque depois delas, nada mais continua o mesmo. Tudo fica preto e branco, e tende a apodrecer até se decompor por completo. E dói muito olhar para trás, ver como as coisas eram lindas, e depois olhar para o presente e ver aquele resto tentando se reerguer sem sucesso.
            Detesto quando as coisas mudam, e eu fico comparando porque é inevitável. Mas voltando a minha sinceridade... Eu sempre magôo alguém com ela. Sempre estrago tudo e me sinto uma porcaria, mesmo sabendo que esse era o único jeito.
            Sou adepta à idéia de que prefiro ter uma experiência boa, mesmo sabendo que não será eterna, pelo simples prazer de ter uma experiência boa. Só que isso soa um pouco egoísta, porque algumas vezes, a minhas aventuras só se tornam completas com meus amores, com sentimentos e pensamentos (muitas vezes totalmente diferentes) como os meus. E eu esqueço que também tenho sentimentos, e acabo até por me posso auto-sabotar.
            Mas e aí, vou fazer o quê? Vou ficar parada para não acabar com algumas cicatrizes? Acho que não. Vou me jogar, porque o mar é violento e só está me esperando saltar.

domingo, 1 de abril de 2012

Bom saber.



Me disseram que tenho escrito muito sobre amor. Mas é o meu assunto preferido, tenho que confessar. Eu sou do tipo de pessoa que prefere falar sobre o que não sabe, do que o que sabe. Falar do que não sabemos é tão mais fácil (e divertido). Posso imaginar mil coisas, posso fantasiar e especular mil idéias sem ter que ouvir dizerem que estou errada. Se eu não sei do que eu estou falando, claro que posso estar errada. Mas e daí?
Não que eu não conheça o amor, é claro que o conheço. Tenho contato com ele todo dia, desde o primeiro abrir dos meus olhos. Mas ele se disfarça tão bem no meu peito que só depois percebo que é amor. Em todas as suas cores, intensidades e maneiras de se mostrar para mim.
Só que eu acho que o amor-paixão é como uma dor. Você só sabe onde é e como é, quando sente. Você pode falar dela depois, claro, mas nunca será exatamente como a dor realmente é. Pensei em outro exemplo para isso, mas não encontrei. Como uma cor. Uma cor. Como se descreve uma cor? Me fale sobre o Ciano. Só saberei mesmo como é o ciano quando vê-lo. Pronto, uma cor.
Falar do que não se sabe é muito mais confortante, porque não preciso estar caída ao chão para poder falar daquele sentimento que te faz ficar assim. Falar do que não sei é menos doloroso, neste caso. Mas eu amo o tempo inteiro, de maneiras sempre diferentes.
Engraçado demais isso. Há um tempo, amor era amor e pronto. E a cada experiência, descubro coisas novas. Amor é raiva, é indecisão, dor de estômago, soco no coração e carinho na cabeça. Será?
Mais engraçado ainda é que ali em cima, onde escrevi “amor era amor”, o programa de texto quis me corrigir, bem no “era”. E ele está certo. Amo não era, amor é e sempre será amor. Bem lembrado. Bom saber.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Cuide-se.


Poucas mulheres admitem, por parecer antiquado, careta ou sei-lá-o-quê, mas a gente gosta de surpresas. Apareça sem avisar e ligue dizendo que está na porta da casa dela. Mande uma sms no meio daquele dia corrido, que ela sabe que você tem mil reuniões mas não se esqueceu dela. Mensagem de boa noite, ou um “te liguei só pra ouvir tua voz”.
Mas tem que ser de coração. Nada de ligar ou aparecer só para “fazer a sua parte” ou por obrigação. Não adianta nada fazer agora e daqui há dois meses terminar o relacionamento. É muito mais gostoso quando ele diz que está doido para fugir do trabalho e ir me dar um abraço, se eu sinto na voz dele que é verdade.
Nada de mentira dura muito, e nem vale tanto a pena como muitos pensam, então vamos fazer de corpo e alma para que depois surja um sorriso ao invés de uma testa franzida, ao lembrar de situações passadas que tinham tudo para ser bonitas.
Ligue, apareça, mande mensagem, carta, flores, fogos de artifício ou um post it na agenda dela, mas que seja de corpo e alma e que seja com vontade. Nós mulheres geralmente, quando não estamos loucamente apaixonadas e sem os pés no chão, somos mais discretas que os homens, mas quando é com sentimento, até o trocador do ônibus percebe de quem veio a mensagem que acabou de chegar.
E por mais ocupada, auto-suficiente, moderna e independente que ela seja, suas ações surgirão efeito mais na frente. Pode não ficar claro, mas tudo que vai, volta. Principalmente consideração.

terça-feira, 20 de março de 2012

Trislegria.


Engraçado como a tristeza desperta na gente coisas que a alegria muitas vezes não desperta. Na alegria a gente está tão ocupado sendo feliz que não para pra pensar em um monte de coisa, já na tristeza, a gente tem tempo para pensar em tudo, e às vezes pensa até demais.
            Quando Clarice me falava que ser feliz tomava todo o tempo dela e que ela não tinha mais tempo para nada, eu não acreditava, mas comecei a entender. A gente não tem tempo pra nada, ser feliz consome TODO o tempo que temos.
            Se for para colocar na balança, a tristeza muitas vezes é razão, e a felicidade é emoção. Quando você está tão feliz, tão extasiado, que só consegue pensar no objeto/ser que te traz felicidade. Na tristeza a gente pensa no aqui, no depois, no ali, no onde, no quando... Em coisas que só paramos para nos dar conta, naquela horinha em que o coração sangra um pouco.
            Algumas vezes, prefiro a tristeza por ela me fazer pensar, do que a alegria que me faz parecer uma idiota sorrindo para árvores. Mau de gente curiosa é ficar matutando tudo que vê pela frente. “Como esse cara colocou esse cabo aqui? Por quê? Como é feita essa casa?”, esse tipo de coisa.
            Mas quando a gente está nesse estágio de não-pensamento, tudo vale a pena. Tão a pena, que é uma pena depois de uma alegria na minha vida, sempre vir uma rasteira. Seja um beliscão ou uma queda daquelas que a gente nunca esquece.

terça-feira, 13 de março de 2012

Here I come.

- Pula.
-Pulo?
- Pula.
- Pulo..
- Pulou?
- Ainda não.
- Pula!
- Calma!
- E 'ta esperando o que?
- Tua mão na minha.
- Aqui, olha. Pula.
- Esse é o problema.
- O que?
- "Pula", e não "pulamos".
- ...
Eu não sei o que me espera lá em baixo.
- Só tem uma maneira de saber.
- Mas não dá só. Só dói.
- Eu estou aqui para amortecer a tua queda.
- Mas você ainda está aqui.
- Eu pulo.
- Pulou?
- Pulei!
- E aí?
- Ta doendo. Pula!
- Pulo?
- Pula.

domingo, 4 de março de 2012

Eu canto.


Eu canto na esperança de que um anjo passe em baixo da minha janela e se inspire com a letra que sai da minha boca. Canto pra espantar, canto pra atrair. Não é o canto da sereia, nem tem essa intenção. É pra atrair sentimento, não pessoa. Eu canto por dentro, pra que só eu possa ouvir. Mas quem olhar bem fundo nos meus olhos vai perceber a melodia que está na vitrola. E é aquele som meio sujo, meio bagunçado, como o de um disco antigo mesmo, mas que não deixa de ser bonito. Eu canto alto, eu grito pra que todo sentimento ruim se vá com as palavras tristes, e todo o amor do mundo entre no lugar dessas coisas ruins.
Eu canto o barato, eu pinto o sete, eu atuo na vida como coadjuvante, e até faço mímica. Mas deixar de usar a arte da vida, nunca.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Amores que duram para sempre.

Eu me pergunto se tem caso de amor que dura para sempre. Eu sei que eu deveria acreditar no amor para sempre, e uma parte de mim eu sei que acredita. Mas eu falo daquela coisa do amor que te deixa de cama, no bom e no mau sentido. Aquele friozinho na barriga de quando ele ou ela vem falar contigo, e tu não consegue sentir mais nada além de tudo se revirando ali dentro. Aquele "frisson" de quando ele ou ela te abraça, e tu esquece de tudo, dos problemas e das soluções. Aquele brilho nos olhos de quando tu está esperando por ele ou ela, e eis que surge a luz lá longe, e tu não consegue disfarçar o sorriso no canto da boca. Eu falo de quando tu recebe uma mensagem dele ou dela, e todo mundo sabe de quem é. Até quem te vê na fila do pão, ou lendo jornal, como já disse o barbudo lá.
Eu me pergunto porque o mundo me faz acreditar que tudo que bom dura pouco, que toda relação esfria, e que a gente acaba se acostumando com tudo. Não quero que acabe, não quero me acostumar, não quero esfriar. Sou quente, quente porque meu sangue corre pelas veias e porque estou sempre em movimento. Quando (e se) você me vir parada olhando fixamente para algum lugar, pode ter certeza que não vai demorar muito para eu colocar algum plano meu em prática. E não tem pra esperar a segunda-feira pra começar alguma coisa, a hora é agora.
Espero que a vida me faça discordar do resto do mundo e me faça apreciar essa não-fazer-parte. Que o mundo pense positivo por nós e que tudo dê certo. Amém.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Quem sabe?


Talvez um dia eu faça tudo que sempre tive vontade de fazer mas nunca fiz. Como aquela viagem que vivo adiando, ou aquela dieta... Talvez um dia tudo dê certo, e a gente se reencontre mais na frente. Quem sabe mais lá na frente, tudo se esclareça, e eu descubra que tudo deveria ter acontecido exatamente do jeito que aconteceu. Talvez não, com certeza. Sei que tudo se justifica mais na frente, e eu só vou precisar assistir e ligar os pontos.
Quem sabe um dia eu decore os acordes de uma música sequer e consiga tocar no violão, ou consiga tocar Hangar 18 no guitar hero sem perder no solo final. Talvez eu crie coragem para colocar em prática todos os planos que faça na minha cabeça. Eu vou entrar em slowmotion, balançar os cabelos, dizer “ei, você!” e um “to be continued...” vai aparecer na tela. Ou não. 
Talvez um dia eu pare de imaginar as cenas na minha cabeça, e comece a imaginar coisas que realmente possam acontecer. E quem sabe um dia eu termine esse texto com “Um dia eu fui lá e...”.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Me entrego mesmo.

Eu parei de escrever já faz um tempo. Mais ou menos três meses, e até agora não tinha sentido a minha urgência de escrever. Até agora.
Eu já cogitei a possibilidade de eu ter medo de sentimentos, por milhares de motivos. Resumidamente: eu detesto chorar. Principalmente na frente dos outros. Sou tão orgulhosa que às vezes me recuso a chorar até no chuveiro, mas não é pensando no orgulho, não. É pensando na idéia de não dar corda pra esse sentimento, que assim ele vai embora. Mas não é assim. Ele se acumula. Dái chega a TPM e tu se vê chorando por que ta comendo galinha assada e pensa nos vários pintinhos que aquela galinha deixou pra trás.
Talvez essa minha vergonha de chorar se reflita em outros aspectos da minha vida e eu não percebo. Mas ainda estou tentando entender, porque ainda encontro falhas nessa teoria. Por exemplo, não tenho medo nenhum de me expor, de falar coisas que muita gente não tem coragem de dizer, e nem de demonstrar meu carinho pelas pessoas. Quer dizer, depende de como a relação se faz. Vivo dizendo que amo meu pai, mas parei de fazer o mesmo com a minha mãe desde os doze anos, quando também desisti de mandar cartas pra ela.
Teve uma época que eu dava a cara à tapa. Falava que gostava mesmo, falava que não gostava mesmo, me doava por inteiro, chorava, sofria... mas sorria, acima de tudo. Aprendia com meus erros e agradecia por ter passado por eles. Hoje em dia eu só sorrio. Mas eu aprendi uma coisa com minha professora de Psicologia Geral e da Comunicação. Ela sempre dizia que não se pode acreditar completamente em alguém que está o tempo todo feliz. Não que elas (eu) sejam problemáticas, mas porque uma hora esses sorrisos não fazem mais sentido. Eu sorrio e figo “tudo bem” porque simplesmente convém e é o caminho mais fácil. Tem uma hora que me sinto tão morna, tão entediante que leio um livro só pra entrar na vida de outra pessoa.
Todo mundo foge da sua realidade como pode, só sei que eu estou correndo em um círculo, e já não sei mais pra onde ir. Sinceramente, eu não tenho. O problema é que quando a gente tenta de tudo e nada acontece, simplesmente cansa. Daí vêm à cabeça medidas drásticas que eu deveria tomar, mas o bom-senso e o amor pela vida falam mais alto. Me sinto mais humana, esse é o lado bom. Mas e quando você tem que dividir seu amor em dois e se envolver em fatos, anos, e experiências além do seu entendimento pra resolver uma dor que é geral? Responsabilidade demais pra uma pessoa só.