quarta-feira, 28 de março de 2012

Cuide-se.


Poucas mulheres admitem, por parecer antiquado, careta ou sei-lá-o-quê, mas a gente gosta de surpresas. Apareça sem avisar e ligue dizendo que está na porta da casa dela. Mande uma sms no meio daquele dia corrido, que ela sabe que você tem mil reuniões mas não se esqueceu dela. Mensagem de boa noite, ou um “te liguei só pra ouvir tua voz”.
Mas tem que ser de coração. Nada de ligar ou aparecer só para “fazer a sua parte” ou por obrigação. Não adianta nada fazer agora e daqui há dois meses terminar o relacionamento. É muito mais gostoso quando ele diz que está doido para fugir do trabalho e ir me dar um abraço, se eu sinto na voz dele que é verdade.
Nada de mentira dura muito, e nem vale tanto a pena como muitos pensam, então vamos fazer de corpo e alma para que depois surja um sorriso ao invés de uma testa franzida, ao lembrar de situações passadas que tinham tudo para ser bonitas.
Ligue, apareça, mande mensagem, carta, flores, fogos de artifício ou um post it na agenda dela, mas que seja de corpo e alma e que seja com vontade. Nós mulheres geralmente, quando não estamos loucamente apaixonadas e sem os pés no chão, somos mais discretas que os homens, mas quando é com sentimento, até o trocador do ônibus percebe de quem veio a mensagem que acabou de chegar.
E por mais ocupada, auto-suficiente, moderna e independente que ela seja, suas ações surgirão efeito mais na frente. Pode não ficar claro, mas tudo que vai, volta. Principalmente consideração.

terça-feira, 20 de março de 2012

Trislegria.


Engraçado como a tristeza desperta na gente coisas que a alegria muitas vezes não desperta. Na alegria a gente está tão ocupado sendo feliz que não para pra pensar em um monte de coisa, já na tristeza, a gente tem tempo para pensar em tudo, e às vezes pensa até demais.
            Quando Clarice me falava que ser feliz tomava todo o tempo dela e que ela não tinha mais tempo para nada, eu não acreditava, mas comecei a entender. A gente não tem tempo pra nada, ser feliz consome TODO o tempo que temos.
            Se for para colocar na balança, a tristeza muitas vezes é razão, e a felicidade é emoção. Quando você está tão feliz, tão extasiado, que só consegue pensar no objeto/ser que te traz felicidade. Na tristeza a gente pensa no aqui, no depois, no ali, no onde, no quando... Em coisas que só paramos para nos dar conta, naquela horinha em que o coração sangra um pouco.
            Algumas vezes, prefiro a tristeza por ela me fazer pensar, do que a alegria que me faz parecer uma idiota sorrindo para árvores. Mau de gente curiosa é ficar matutando tudo que vê pela frente. “Como esse cara colocou esse cabo aqui? Por quê? Como é feita essa casa?”, esse tipo de coisa.
            Mas quando a gente está nesse estágio de não-pensamento, tudo vale a pena. Tão a pena, que é uma pena depois de uma alegria na minha vida, sempre vir uma rasteira. Seja um beliscão ou uma queda daquelas que a gente nunca esquece.

terça-feira, 13 de março de 2012

Here I come.

- Pula.
-Pulo?
- Pula.
- Pulo..
- Pulou?
- Ainda não.
- Pula!
- Calma!
- E 'ta esperando o que?
- Tua mão na minha.
- Aqui, olha. Pula.
- Esse é o problema.
- O que?
- "Pula", e não "pulamos".
- ...
Eu não sei o que me espera lá em baixo.
- Só tem uma maneira de saber.
- Mas não dá só. Só dói.
- Eu estou aqui para amortecer a tua queda.
- Mas você ainda está aqui.
- Eu pulo.
- Pulou?
- Pulei!
- E aí?
- Ta doendo. Pula!
- Pulo?
- Pula.

domingo, 4 de março de 2012

Eu canto.


Eu canto na esperança de que um anjo passe em baixo da minha janela e se inspire com a letra que sai da minha boca. Canto pra espantar, canto pra atrair. Não é o canto da sereia, nem tem essa intenção. É pra atrair sentimento, não pessoa. Eu canto por dentro, pra que só eu possa ouvir. Mas quem olhar bem fundo nos meus olhos vai perceber a melodia que está na vitrola. E é aquele som meio sujo, meio bagunçado, como o de um disco antigo mesmo, mas que não deixa de ser bonito. Eu canto alto, eu grito pra que todo sentimento ruim se vá com as palavras tristes, e todo o amor do mundo entre no lugar dessas coisas ruins.
Eu canto o barato, eu pinto o sete, eu atuo na vida como coadjuvante, e até faço mímica. Mas deixar de usar a arte da vida, nunca.