sexta-feira, 6 de julho de 2012

Eu já sabia.




- Que raiva..
- Fique com raiva não, vale a pena não...
- Sentimento é que nem bala perdida, não dá pra controlar.
- Dá, dá. Isso aí é papo de gente que gosta de sofrer. Masoquista sentimentalmente.
- Pior que é. Sofrer é bom, porque dá aquele momento de quietude, do “não há mais nada o que fazer a não ser esperar a dor passar.”
- ...E é aí que as pessoas se enganam. A gente sempre pode fazer algo. Ainda mais se for por nós mesmos.
- Taí. A única hora em que o ser humano deixa de ser egocêntrico.
- Deixam de fazer algo pela única pessoa que têm total controlhe.
- Pff. Se tem algo o qual não temos controlhe, é sobre nós mesmos.
- Lá vem você de novo. Saia dessa.
- Vem me tirar. Abraça e diz que passou.
- Isso eu não posso fazer. Não tenho braços, não tenho pernas, não tenho alma, não tenho cérebro e nem pele pra te esquentar.
- Isso é verdade. Você é de mentira.
- Aí é que você se engana. De novo. Sou mais real do que essa sua amargura aí.
- É, não é? Acho que você é a única coisa de verdade em mim.
- Consciência é a única coisa viva. Só que vocês insistem em me passar pelos seus filtros sociais e sentimentais, e acaba que o mundo vê só um rastrinho meu.
- Não há nada que se possa fazer.
- Isso, curte tua dor. Chora, esperneia, sai correndo sem rumo, faz um monte de merda e volta pra mim. Só eu que te acolho, só eu que te faço pensar nas besteiras que você faz.
- Eu te odeio.
- Odeia, odeia tanto que acaba se apaixonando.
- Deus me livre! Se eu me apaixonasse por você, aí sim seria uma pessoa masoquista sentimentalmente.
- Vai sonhando, vai. A minha prepotência me faz pensar exatamente o contrário.
- Não me permito, nem se preocupe.
- É, e está certa. Eu não te deixo permitir. E a ti, só resta me obedecer.
- Sonha.

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