sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Quem sabe?


Talvez um dia eu faça tudo que sempre tive vontade de fazer mas nunca fiz. Como aquela viagem que vivo adiando, ou aquela dieta... Talvez um dia tudo dê certo, e a gente se reencontre mais na frente. Quem sabe mais lá na frente, tudo se esclareça, e eu descubra que tudo deveria ter acontecido exatamente do jeito que aconteceu. Talvez não, com certeza. Sei que tudo se justifica mais na frente, e eu só vou precisar assistir e ligar os pontos.
Quem sabe um dia eu decore os acordes de uma música sequer e consiga tocar no violão, ou consiga tocar Hangar 18 no guitar hero sem perder no solo final. Talvez eu crie coragem para colocar em prática todos os planos que faça na minha cabeça. Eu vou entrar em slowmotion, balançar os cabelos, dizer “ei, você!” e um “to be continued...” vai aparecer na tela. Ou não. 
Talvez um dia eu pare de imaginar as cenas na minha cabeça, e comece a imaginar coisas que realmente possam acontecer. E quem sabe um dia eu termine esse texto com “Um dia eu fui lá e...”.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Me entrego mesmo.

Eu parei de escrever já faz um tempo. Mais ou menos três meses, e até agora não tinha sentido a minha urgência de escrever. Até agora.
Eu já cogitei a possibilidade de eu ter medo de sentimentos, por milhares de motivos. Resumidamente: eu detesto chorar. Principalmente na frente dos outros. Sou tão orgulhosa que às vezes me recuso a chorar até no chuveiro, mas não é pensando no orgulho, não. É pensando na idéia de não dar corda pra esse sentimento, que assim ele vai embora. Mas não é assim. Ele se acumula. Dái chega a TPM e tu se vê chorando por que ta comendo galinha assada e pensa nos vários pintinhos que aquela galinha deixou pra trás.
Talvez essa minha vergonha de chorar se reflita em outros aspectos da minha vida e eu não percebo. Mas ainda estou tentando entender, porque ainda encontro falhas nessa teoria. Por exemplo, não tenho medo nenhum de me expor, de falar coisas que muita gente não tem coragem de dizer, e nem de demonstrar meu carinho pelas pessoas. Quer dizer, depende de como a relação se faz. Vivo dizendo que amo meu pai, mas parei de fazer o mesmo com a minha mãe desde os doze anos, quando também desisti de mandar cartas pra ela.
Teve uma época que eu dava a cara à tapa. Falava que gostava mesmo, falava que não gostava mesmo, me doava por inteiro, chorava, sofria... mas sorria, acima de tudo. Aprendia com meus erros e agradecia por ter passado por eles. Hoje em dia eu só sorrio. Mas eu aprendi uma coisa com minha professora de Psicologia Geral e da Comunicação. Ela sempre dizia que não se pode acreditar completamente em alguém que está o tempo todo feliz. Não que elas (eu) sejam problemáticas, mas porque uma hora esses sorrisos não fazem mais sentido. Eu sorrio e figo “tudo bem” porque simplesmente convém e é o caminho mais fácil. Tem uma hora que me sinto tão morna, tão entediante que leio um livro só pra entrar na vida de outra pessoa.
Todo mundo foge da sua realidade como pode, só sei que eu estou correndo em um círculo, e já não sei mais pra onde ir. Sinceramente, eu não tenho. O problema é que quando a gente tenta de tudo e nada acontece, simplesmente cansa. Daí vêm à cabeça medidas drásticas que eu deveria tomar, mas o bom-senso e o amor pela vida falam mais alto. Me sinto mais humana, esse é o lado bom. Mas e quando você tem que dividir seu amor em dois e se envolver em fatos, anos, e experiências além do seu entendimento pra resolver uma dor que é geral? Responsabilidade demais pra uma pessoa só.