terça-feira, 13 de agosto de 2013

Para reiniciar.



          Me perdi no meio daquelas ruas. Todas iguais pra mim. Mas o mais engraçado é que eu não ligava. Naquele momento, estar perdida era exatamente onde eu queria estar. Se eu não sei onde me encontrar, estar perdida é só “não estar encontrada”. Quem sabe?
          E a sensação de que ninguém, exatamente ninguém nos 1.200Km ao meu redor tem algo a ver com a minha vida é libertadora. Agora eu entendo porque, depois de tudo, ele me mandou ir viajar.
          Ser anônimo em um lugar que tem gente com família, amigos, irmãos, inimigos e amores. Que coisa mais doida, não? Pra alguém que nasceu e viveu em cidade pequena, onde não podia sair de casa que já tinha a sensação de estarem falando de você, viajar para tão distante assim é mais libertador ainda.
          Mais ainda é saber que eu posso ser quem eu quiser. Pena que acabo sempre sendo eu mesma. Pena não, orgulho. Alma incorruptível. Ou quem sabe, a proposta certa ainda não foi feita.
          Só sei que nada sei a respeito dessas ruas, dessas calçadas, dessas crianças e desses costumes. Mas uma coisa eu sei. O ser humano se adapta a tudo. E quando essa liberdade toda ficar pequena demais pra mim, parto novamente. Daqui pra que eu me canse de cada centímetro desse mundão de meu Deus, já poderei ir à Marte. Quem sabe?

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