Me perdi no meio daquelas ruas. Todas iguais pra mim. Mas o
mais engraçado é que eu não ligava. Naquele momento, estar perdida era
exatamente onde eu queria estar. Se eu não sei onde me encontrar, estar perdida
é só “não estar encontrada”. Quem sabe?
E a sensação de que ninguém, exatamente ninguém nos 1.200Km
ao meu redor tem algo a ver com a minha vida é libertadora. Agora eu entendo
porque, depois de tudo, ele me mandou ir viajar.
Ser anônimo em um lugar que tem gente com família, amigos,
irmãos, inimigos e amores. Que coisa mais doida, não? Pra alguém que nasceu e
viveu em cidade pequena, onde não podia sair de casa que já tinha a sensação de
estarem falando de você, viajar para tão distante assim é mais libertador
ainda.
Mais ainda é saber que eu posso ser quem eu quiser. Pena que
acabo sempre sendo eu mesma. Pena não, orgulho. Alma incorruptível. Ou quem
sabe, a proposta certa ainda não foi feita.
Só sei que nada sei a respeito dessas ruas, dessas calçadas,
dessas crianças e desses costumes. Mas uma coisa eu sei. O ser humano se adapta
a tudo. E quando essa liberdade toda ficar pequena demais pra mim, parto
novamente. Daqui pra que eu me canse de cada centímetro desse mundão de meu
Deus, já poderei ir à Marte. Quem sabe?
0 Falatórios:
Postar um comentário